quinta-feira, 19 de julho de 2012

Nada foi 100%

Às vezes nos ferimos. Muitas vezes sem querer. Outras porque insistimos.
Algumas feridas chegam de uma só vez. Outras aos poucos.
E essas são as piores. Você viver presa em algo que te incomoda.
Porque a ferida não é tão grande a ponto de não dar pra passar por cima.
Então você insiste. Em uma, em duas, em três, em quatro...E acaba se acostumando.
Achando normal. Mas quando deixa de ser normal?
É possível deixar pra lá todas às vezes?
Não é. Tem uma hora que você acorda tentando entender por que permanece.
Se quando você não acredita mais. Se quando todas as coisas que aconteceram,
destruiu qualquer sonho, qualquer futuro, qualquer confiança.
Como permanecer em algo instável? Impossível.
Ninguém teria ficado tanto tempo. Ninguém ainda estaria.
É muito amor? Será?
Se não é, o que poderia ser?
Medo de ficar sozinha? De jogar anos fora? De achar que ainda é possível?
Não, possível eu sei que não é.
Não acredito em mais nada. Exatamente nada.
Tudo que é falado, parece ser da boca pra fora.
Tudo parece ser por obrigação.
Tudo parece ter se tornado chato demais.
Culpa minha também? É claro que sim.
Perdi interesse. Mas acredite que esse interesse se foi não por minha culpa.
É quase impossível que uma mulher esteja e se dê 100% pra alguém
onde tudo o que ela recebeu desde o início foi pura insegurança, instabilidade,
incerteza.
Como se permitir a tal coisa se em todo o tempo, só se houve dúvidas quanto a tudo.
Dúvidas se amanhã estaríamos juntos.
Perguntas sobre qual seria a próxima descoberta.
Incertezas sobre o futuro.
Se alguém conhece alguma mulher que se entrega mesmo perante a isso,
por favor me apresente que quero a fórmula.

Resumindo tudo, não está como eu queria.
Tive momento maravilhosos, alguns eu acreditei.
Outros eu chorei.
Mas no final de tudo, acho que valeu a pena.
Talvez não esteja valendo mais.
Mas nada foi envão. E nada é tão ruim assim.
Se fosse, não estaríamos há tanto tempo.
Mas sim, poderia ter sido melhor. Poderia estar sendo melhor.
Tudo poderia ter sido diferente e não levado a este momento.
(momento que nem sei se é o final)
Dói? É claro.
Só Deus sabe o quanto eu me esforcei.
O quanto eu desejei, o quanto ainda desejo.
Mas ao final de tudo, não posso mudar ninguém.
Fazer com que as coisas sejam do meu jeito.
Cada um sabe o que faz. E eu não posso fazer por ninguém.